Pesquisadores em Geoconservação da UNESP Rio Claro visitam geossítios da região

No dia 9 de agosto, um grupo de pesquisadores em geoconservação da UNESP realizou trabalho de campo, visitando três importantes geossítios em Rio Claro e Ipeúna. Também participou da atividade uma pesquisadora visitante da Eberhard Karls Universität, localizada na cidade alemã de Tübingen.

Grupo de Pesquisadores em Geoconservação da UNESP Rio Claro e pesquisadora visitante da Universidade de Tübingen.

Durante o estudo, a graduanda Fernanda Bertuluci aplicou um método de análise de geossítios desenvolvido para seu Trabalho de Conclusão de Curso. A monografia produzida será um dos trabalhos científicos que contribuirá para o desenvolvimento do Geopark Corumbataí.

O primeiro geossítio visitado é um local de importância paleontológica, devido ao conteúdo fossilífero, e estratigráfica, devido à exposição de diferentes camadas de rochas da Bacia do Paraná. Durante a visita, o Prof. José Eduardo Zaine explicou que no dia seguinte o local seria novamente visitado para um treinamento em Mapeamento Geológico.

Fósseis encontrados em argilito do Membro Taquaral da Formação Irati.

O segundo geossítio se destacou inicialmente pela relevância hidrológica e beleza cênica, porém um olhar mais aprofundado revelou aspectos estruturais e tectônicos de extrema importância. Além dos valores científicos, o local também se destaca pelo potencial ecoturístico.

Confluência dos Rios Cabeça e Passa Cinco, cuja morfologia é condicionada por um dique de diabásio associado a movimentos tectônicos.

O terceiro geossítio visitado é um afloramento clássico da Bacia do Paraná na região. O nome “Afloramento das Três Eras” vem do empilhamento de camadas que se pode observar: na base, rochas da Formação Corumbataí (Era Paleozoica), sobre arenitos eólicos da Formação Pirambóia (Era Mesozoica), em contato erosivo com sedimentos recentes (Era Cenozoica), capeando toda a sequência.

Afloramento das Três Eras

Ao final dos trabalhos de campo, os pesquisadores discutiram sobre a rica geodiversidade encontrada na região, as potencialidades para o Geoturismo e a importância do desenvolvimento do Geopark Corumbataí. Os estudos realizados e a troca de informações entre os participantes foram muito proveitosos, auxiliando nas pesquisas do grupo e apresentando a região à pesquisadora visitante.

Geocientistas realizam estudo de campo na região de Rio Claro e Ipeúna

Nesta terça-feira (16/05/17), mestrandos e doutorandos do Programa de Pós-Graduação em Geociências e Meio Ambiente da UNESP campus de Rio Claro realizaram estudo de campo na região da Bacia do Rio Corumbataí. A excursão foi a primeira de duas, onde os pós graduandos farão análises dos esforços tectônicos que afetaram as rochas da Bacia do Paraná.

O estudo do meio foi coordenado pelo Prof. Dr. Norberto Morales, docente e pesquisador do Instituto de Geociências e Ciências Exatas (IGCE) da UNESP. Morales levou os excursionistas em afloramentos onde foi possível observar evidências de movimentos distensivos que afetaram diversas unidades das eras paleozoica, mesozoica e cenozoica.

O primeiro local visitado foi um barranco às margens da Rodovia Irineu Penteado (SP-191), em declive conhecido como “arranca chapéu”. Apesar de se encontrar degradado, devido ao recobrimento por capim, este clássico afloramento, exibe um truncamento entre as formações Irati e Tatuí (Permiano), interpretado como uma falha normal de rejeito métrico.

Folhelhos da Formação Irati (esquerda) em contato subvertical com arenitos da Formação Tatuí. Este truncamento de unidades estratigráficas evidencia uma falha regional relacionada ao Domo de Pitanga. Note os fragmentos de folhelho intensamente fraturados.

Próximo dali, às margens do Rio Passa Cinco, foram observadas mais falhas normais que afetavam fraturas da Formação Tatuí. Além de apresentar nítido rejeito, foi possível ver as estrias contidas nos espelhos de falha.

Alunos observam falhas normais cortando os siltitos da Formação Tatuí. Note o rejeito de alguns centímetros entre as fraturas esbranquiçadas.

Ainda na Rodovia SP-191, na sub-bacia do Ribeirão Água Vermelha, Morales apresentou um afloramento onde um dique de diabásio associado à Formação Serra Geral, corta as rochas da Formação Corumbataí. Feições cataclásticas no diabásio permitiram interpretar de que o dique localiza-se em uma zona de fraqueza onde o movimento tectônico afetou até as camadas cenozóicas (Formação Rio Claro), um exemplo da atuação da Neo-Tectônica.

À esquerda o dique de diabásio (onde estão os alunos) e à direita as Formações Corumbataí (inferior) e Rio Claro (superior) apresentando inclinação das camadas sedimentares.

O estudo de campo foi extremamente proveitoso e revelou, em belíssimas estruturas, a história geológica da região! Apesar dos problemas enfrentados, como a degradação dos afloramentos e o perigoso tráfego de veículos (diversos motoristas cometiam infrações gravíssimas!), os locais visitados se mostraram geossítios de alto valor científico.

Pesquisa da UNIFESP mostra o potencial geoturístico da região de Ipeúna – SP

Monografia produzida na UNIFESP avalia o panorama geoambiental da Caverna do Fazendão, localizada no município de Ipeúna – SP. Apesar do foco em um geossítio específico, a autora também fez um levantamento geral do patrimônio natural e da estrutura turística da região.

Pesquisadora durante trabalho de campo em caverna da região de Ipeúna

O resultado é um trabalho completo que mostra as potencialidades e também os problemas do ecoturismo na região. O estudo tem grande valor para o poder público e outras instituições interessadas em fomentar o desenvolvimento sustentável na região da Bacia do Rio Corumbataí, onde a cidade de Ipeúna está inserida.

Coluna estratigráfica ilustrada produzida pela autora.

Nesta quarta (15/6/16) a autora, Larissa Vieira Zezzo, apresentou seu trabalho à banca examinadora composta pelos membros: Prof. Dr. Fabio Braz Machado, Prof. Dr. Adilson Viana Soares Junior e Prof. Dr. José Guilherme Franchi, da UNIFESP.

Pesquisa elaborada na UNESP fornece subsídios para o Parque Geológico de Rio Claro

Monografia produzida na UNESP foi o resultado do estágio do autor junto à Secretaria de Planejamento, Desenvolvimento e Meio Ambiente (SEPLADEMA) da prefeitura de Rio Claro. O estudo faz uso das estratégias de Geoconservação definidas por Brilha (2005) para fornecer subsídios para a criação do Parque Geológico de Rio Claro. O trabalho completo pode ser acessado clicando aqui .

Projeto do parque, realizado em parceria com uma equipe de arquitetos

Localizada no distrito de Assistência, a área destinada ao parque, irá abrigar uma mineração de calcário em rochas da Formação Irati (Permiano da Bacia do Paraná), conhecidas por abrigar importantes exemplares fósseis de Mesossaurídeos.

Material de divulgação produzido pelo autor.

Nesta quinta (28/1/16) o autor, André de Andrade Kolya, apresentou seu trabalho à banca examinadora composta pelos membros: Prof. Dr. José Eduardo Zaine, docente do IGCE; Prof. Dr. José Alexandre de Jesus Perinotto, vice-diretor do IGCE, e Dra. Raquel Bovo, diretora de Meio Ambiente do município.