Com a chegada das eleições municipais de 2020, a equipe do Projeto Geoparque Corumbatái preparou uma agenda de políticas públicas para o fortalecimento da Geoconservação no território. Apresentamos uma Carta de Compromisso para que canditados e candidatas possam aprofundar os debates nestes temas e manifestar compromisso com a causa.
Para a acessar a Carta de Compromisso, clique no link abaixo:
Modalidade tida como a mais recente entre os tipos de turismo de
natureza, o geoturismo vem ganhando espaço na pauta de pesquisas de algumas
universidades do país. E com um olhar bastante inclusivo. Agrega também aspectos
educacionais e culturais. É o caso do trabalho “Proposta de roteiros
geoturísticos para o município de Ipeúna-SP: Subsídios para o planejamento
turístico”, de Marina Ciccolin de Almeida.
O estudo foi apresentado como trabalho de conclusão de curso ao
Instituto de Geociências e Ciências Exatas da Universidade Estadual Paulista
“Júlio de Mesquita Filho” (Unesp), campus de Rio Claro, SP, para a obtenção do
grau geólogo. E faz um levantamento minucioso do potencial geoturístico do
município com vista ao desenvolvimento sustentável, à preservação do patrimônio
histórico e cultural e ao fomento à educação.
Com orientação do professor doutor José Eduardo Zaine e coorientação do mestre André de Andrade Kolya, ambos da Unesp Rio Claro, o trabalho foi apresentado à banca examinadora em dezembro de 2019, no anfiteatro da Biblioteca Unesp. Compuseram a banca, além do professor Zaine, o professor doutor Washington Barbosa Leite Júnior e o doutor Flávio Henrique Rodrigues.
Ao longo de um ano de trabalho de campo e bibliográfico, com auxílio de
sensoriamento remoto e cartografia, Marina Ciccolin elencou os pontos mais
pertinentes ao turismo natural e histórico/cultural no município. Com os dados
coletados e processados, chegou às 15 localidades mais representativas ao
geoturismo local, reunidas num mapa elaborado pela autora. Parte delas, aquelas
com turismo natural e entrada franqueada ao público geral, transformou-se em
uma proposta de roteiro tripartida.
O primeiro roteiro, chamado Caminho das Rochas, é voltado sobretudo à
comunidade científica e a estudantes universitários e de ensino médio. Olhar
para os quatro afloramentos ali presentes é vislumbrar um passado muito
distante, de eras como a Paleozoica e a Cenozoica ou do período Triássico. Sítios
arqueológicos e jazidas fossilíferas fazem parte do roteiro, onde é possível
encontrar fragmentos de ossos de mesossauros de cerca de 250 milhões de anos.
O segundo, denominado Caminho das Águas, contempla rios e cachoeiras. Tem forte apelo com a comunidade local e turistas que visitam a cidade em busca de recreação em suas águas. Nesse roteiro também se encontra um importante sítio arqueológico, com vários achados de origem lítica, como pontas de lança, raspadores e machados (datados de cerca de 11 mil anos).
Por fim, o Caminho da Natureza propõe uma abordagem geoecológica. Busca associar os aspectos da geodiversidade com os da biodiversidade. Chamam atenção aqui características marcantes do relevo, como as cuestas e os morros testemunho, e suas relações com as interações ecológicas. É a meca dos esportes off-road. Mas não só. Caminhada, observação de flora e fauna, pesquisa acadêmica… Versatilidade é a marca do Caminho da Natureza.
As rochas, as águas, a natureza. Geoturismo de Ipeúna é marcado por diversidade de roteiros e enfoques, do científico e acadêmico ao esportivo e contemplativo.
A profusão de roteiros justifica-se. Município do centro-leste do estado de São Paulo, Ipeúna se assenta em uma área de interface entre cuestas basálticas e a depressão paulista. Vem daí grande parte das belezas naturais e geológicas do entorno, com atributos espeleológicos, estratigráficos, geomorfológicos, paleontológicos, arqueológicos e ambientais.
É toda essa riqueza peculiar que faz de Ipeúna um dos oito municípios da Bacia Hidrográfica do Rio Corumbataí que dão forma ao Projeto Geoparque Corumbataí. A iniciativa de preservação do patrimônio natural, histórico e cultural com difusão do geoturismo conta ainda com o apoio da Unesp Rio Claro, da Unicamp e do Consórcio PCJ.
Serra do Itaqueri. Na paisagem de cartão-postal, vocação para o geoturismo com cavernas, cachoeiras, paredões e Mata Atlântica. Segundo Marina Ciccolin, afora os esportes off-road, há espaço para atividades como rapel e montanhismo.
Em uma cidade com economia dependente da indústria, roteiros geoturísticos como esses podem ser o ponto de virada para o desenvolvimento de uma economia de caráter sustentável. E mais. Ao valorizarem e colocarem o patrimônio geológico na mira dos turistas, podem incrementar o comércio da cidade, contribuindo para a geração de renda e seu desenvolvimento.
Além disso, o trabalho tem outro mérito. Historicamente, costumamos negligenciar os aspectos abióticos em favor dos bióticos. Sobretudo quando o assunto é proteção ambiental. Como se pudessem ser desconectados ou se o segundo contivesse maior valor intrínseco. Ao dispor os elementos geológicos no centro da atratividade, da diversidade natural e da conservação, junto da fauna e flora, a autora nos ajuda a entender a amplitude e as potencialidades dos elementos geológicos e a importância da geoconservação.
Marina Ciccolin (à esquerda) durante apresentação de sua pesquisa: “A principal atividade econômica de Ipeúna é o setor industrial. O geoturismo surge como alternativa para o desenvolvimento econômico sustentável. Além disso, é capaz de envolver a comunidade local na valorização do patrimônio geológico e proporcionar, através de estratégias predefinidas, a geoconservação”.
Entre os livros está o volume 3: “Geoparque Corumbataí”, que apresenta os primeiros passos para tornar a Bacia do Corumbataí um Geoparque de relevância internacional para desenvolvimento local e regional.
O lançamento da coleção de livros da série “Ensino e História de Ciências da Terra” acontece na terça-feira, 14 de agosto, às 14h, na sala IG 220 do Instituto de Geociências da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O evento é aberto ao público e integra o início das aulas do Programa de Pós-Graduação em Ensino e História de Ciências da Terra, com a disciplina “EH 001 – Seminários”, ministrada pelo Professor Pedro Wagner Gonçalves.
A coleção inédita é formada por quatro livros que refletem as linhas de pesquisa do Programa e foram elaborados por seus professores e alunos, e, além de apresentarem o Programa, podem ser tidos como verdadeiros convites para que os interessados conheçam e participem dos referidos projetos. As obras são: volume 1 – Entrelaçando saberes a partir da Ciência do Sistema Terra: Formação Continuada de Professores por meio de pesquisa colaborativa; o volume 2 – Programa Aquífero Guarani: Unindo água subterrânea e história da Terra à consciência ambiental; o volume 3 – Geoparque Corumbataí: Primeiros passos de um projeto de desenvolvimento regional; e o volume 4 – Educação, Ambiente e Aprendizagem Social: reflexões e possibilidades à geoconservação e sustentabilidade.
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Na oportunidade, haverá a palestra “Importância dos eventos científicos na formação acadêmica”, apresentada pelo Prof. Dr. Alexandre Martins Fernandes.
Os livros foram apresentados durante a oitava edição da Conferência Internacional de Educação em Geociências e VIII Simpósio Nacional de Ensino e História de Ciências da Terra, ocorridos entre os dias 22 a 27 de julho, no Centro de Convenções e Instituto de Geociências da Unicamp.
Alexandre Martins Fernandes
Alexandre M. Fernandes é Doutor e Mestre em Ciências pelo Centro de Energia Nuclear na Agricultura – CENA USP. Fez pós-doutorado na Faculdade de Engenharia de Bauru da UNESP (2017). É professor do Programa de Pós-Graduação em Ensino e História de Ciências da Terra do Instituto de Geociências da UNICAMP e do Departamento de Planejamento Territorial e Geoprocessamento do Instituto de Geociências e Ciências Exatas de Rio Claro da UNESP, desde 2017.
Na primeira semana de outubro, a Profa. Dra. Luciana Cordeiro de Souza Fernandes, da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA) da Unicamp Limeira apresentou o Projeto Geopark Corumbataí no 8° Simpósio Internacional Brasil Alemanha de Desenvolvimento Sustentável.
O trabalho intitulado “The Guaraní Aquifer System and a inductive factor for the creation of a UNESCO Global Geopark in the Hydrographic Basin of the Corumbataí River – São Paulo – Brazil” focou na importância do Aquífero Guaraní para a criação do Geopark Corumbataí.
O evento foi acompanhado pela Comissão Geopark UNESCO, composta pelos membros Artur Sá da UTAD, Jutta Weber, Elizabeth Silva e José Patrício Pereira Melo do Geopark Araripe, e Alexandre Fernandes e Alexandre Fornaro, contribuindo assim para a internacionalização do Geopark Corumbataí.
O trabalho apresentado pela Profa. Luciana foi o primeiro de uma série de participações em eventos internacionais que será feita pela equipe responsável pela implementação do Geopark Corumbataí. Na segunda semana de outubro, será a vez do Simpósio Brasil Portugal de Patrimônio Geológico, onde serão apresentados 2 trabalhos sobre geossítios do Geopark Corumbataí.
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