A UNESP de Rio Claro irá sediar o “I Simpósio dos Municípios da Bacia do Rio Corumbataí para criação de Geoparque“. O evento, promovido em parceria com o Instituto de Geociências da Unicamp, acontecerá das 9h às 18h no dia 29/5/17. Caso haja concordância de todos participantes, o simpósio será filmado e divulgado na página Ecoturismo Rio Claro e região.
Mesa Redonda n. 1: “Um olhar no meio ambiente: as potencialidades da Bacia do Rio Corumbataí para criação de Geoparque“, na qual os Prefeitos dos 8 municípios apresentarão as potencialidades de seu município com vistas ao Ecoturismo.
Mesa Redonda n. 2: “Patrimônio Geológico, Turismo e Cultura como elementos para desenvolvimento sustentável através de Geoparque“, na qual serão apresentadas a definição e exemplos de Geoparque como fomento de desenvolvimento socioambiental e econômico regional.
Local: Auditório do Instituto de Geociências e Ciências Exatas, UNESP Câmpus de Rio Claro: Avenida 24-A, n. 1515, Bairro Bela Vista – Rio Claro (SP)
Nesta terça-feira (16/05/17), mestrandos e doutorandos do Programa de Pós-Graduação em Geociências e Meio Ambiente da UNESP campus de Rio Claro realizaram estudo de campo na região da Bacia do Rio Corumbataí. A excursão foi a primeira de duas, onde os pós graduandos farão análises dos esforços tectônicos que afetaram as rochas da Bacia do Paraná.
O estudo do meio foi coordenado pelo Prof. Dr. Norberto Morales, docente e pesquisador do Instituto de Geociências e Ciências Exatas (IGCE) da UNESP. Morales levou os excursionistas em afloramentos onde foi possível observar evidências de movimentos distensivos que afetaram diversas unidades das eras paleozoica, mesozoica e cenozoica.
O primeiro local visitado foi um barranco às margens da Rodovia Irineu Penteado (SP-191), em declive conhecido como “arranca chapéu”. Apesar de se encontrar degradado, devido ao recobrimento por capim, este clássico afloramento, exibe um truncamento entre as formações Irati e Tatuí (Permiano), interpretado como uma falha normal de rejeito métrico.
Folhelhos da Formação Irati (esquerda) em contato subvertical com arenitos da Formação Tatuí. Este truncamento de unidades estratigráficas evidencia uma falha regional relacionada ao Domo de Pitanga. Note os fragmentos de folhelho intensamente fraturados.
Próximo dali, às margens do Rio Passa Cinco, foram observadas mais falhas normais que afetavam fraturas da Formação Tatuí. Além de apresentar nítido rejeito, foi possível ver as estrias contidas nos espelhos de falha.
Alunos observam falhas normais cortando os siltitos da Formação Tatuí. Note o rejeito de alguns centímetros entre as fraturas esbranquiçadas.
Ainda na Rodovia SP-191, na sub-bacia do Ribeirão Água Vermelha, Morales apresentou um afloramento onde um dique de diabásio associado à Formação Serra Geral, corta as rochas da Formação Corumbataí. Feições cataclásticas no diabásio permitiram interpretar de que o dique localiza-se em uma zona de fraqueza onde o movimento tectônico afetou até as camadas cenozóicas (Formação Rio Claro), um exemplo da atuação da Neo-Tectônica.
À esquerda o dique de diabásio (onde estão os alunos) e à direita as Formações Corumbataí (inferior) e Rio Claro (superior) apresentando inclinação das camadas sedimentares.
O estudo de campo foi extremamente proveitoso e revelou, em belíssimas estruturas, a história geológica da região! Apesar dos problemas enfrentados, como a degradação dos afloramentos e o perigoso tráfego de veículos (diversos motoristas cometiam infrações gravíssimas!), os locais visitados se mostraram geossítios de alto valor científico.
A nova novela das 21h da Rede Globo mostra, em sua abertura, cenas do Patrimônio Geológico da região da Bacia do Rio Corumbataí. O Morro do Cuscuzeiro, cartão postal da cidade de Analândia, é o enfoque principal da abertura.
O Morro do Cuscuzeiro é uma formação rochosa conhecida como Morro Testemunho, onde aflora a Formação Botucatu. Esta unidade geológica é muito importante para a Geodiversidade da região pois está relacionada às escarpas da Serra dos Padres, diversas cavernas e ao Aquífero Guarani.
O Cuscuzeiro é um dos geossítios com melhor estrutura da região. Possui área de camping e prática de esportes de aventura como trilhas e escalada. Segundo o vice-prefeito de Analândia, José Angelo de Mattos, a divulgação deste geossítio terá impacto positivo para o desenvolvimento sustentável da cidade.
No final de 2015, o Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Comitê PCJ), enviou à Unesco uma consulta a respeito da viabilidade de implantação de um Geopark na Bacia do Rio Corumbataí.
A resposta, veio da responsável pelo Programa de Geoparques na América Latina, Denise Gorfinkiel, que afirmou:
“Os documentos enviados pelo Consórcio são muito interessantes e me permitem dizer que área contém características para o estabelecimento de um Geoparque”
O próximo passo é o preenchimento dos pré-requisitos exigidos pela Unesco. Para tanto, pesquisadores da UNESP de Rio Claro já iniciaram os estudos relativos à Geodiversidade e Geoconservação na região. O apoio do Consórcio PCJ é fundamental para o projeto, já que a implantação de um Geopark deve contar com a colaboração de diferentes entidades.
Neste sábado (4/2/17) a equipe do Geopark Corumbataí participou do III Workshop de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), organizado pelo grupo LabTerra Ecologia da UNESP campus de Rio Claro. O evento ocorreu no Bairro Cachoeirinha, zona rural de Rio Claro e contou com a participação de produtores rurais, pesquisadores e membros do poder público.
O Workshop é teve como objetivo reunir impressões, críticas e sugestões a respeito da elaboração da Lei Municipal de PSA, a ser proposta na câmara de Rio Claro. O projeto visa oferecer vantagens ou compensações financeiras ou não para proprietários rurais que prestem serviços ambientais aos ecossistemas.
Além das atividades de reflorestamento e contenção de processos erosivos, o Geoturismo e a Geoconservação são importantes Serviços Ambientais que ajudam a trazer desenvolvimento sustentável para o município. O estabelecimento de um sistema de Pagamento por Serviços Ambientais é mais um passo que Rio Claro dá em direção à consolidação do Geopark Corumbataí.