Nesta terça-feira (16/05/17), mestrandos e doutorandos do Programa de Pós-Graduação em Geociências e Meio Ambiente da UNESP campus de Rio Claro realizaram estudo de campo na região da Bacia do Rio Corumbataí. A excursão foi a primeira de duas, onde os pós graduandos farão análises dos esforços tectônicos que afetaram as rochas da Bacia do Paraná.
O estudo do meio foi coordenado pelo Prof. Dr. Norberto Morales, docente e pesquisador do Instituto de Geociências e Ciências Exatas (IGCE) da UNESP. Morales levou os excursionistas em afloramentos onde foi possível observar evidências de movimentos distensivos que afetaram diversas unidades das eras paleozoica, mesozoica e cenozoica.
O primeiro local visitado foi um barranco às margens da Rodovia Irineu Penteado (SP-191), em declive conhecido como “arranca chapéu”. Apesar de se encontrar degradado, devido ao recobrimento por capim, este clássico afloramento, exibe um truncamento entre as formações Irati e Tatuí (Permiano), interpretado como uma falha normal de rejeito métrico.
Próximo dali, às margens do Rio Passa Cinco, foram observadas mais falhas normais que afetavam fraturas da Formação Tatuí. Além de apresentar nítido rejeito, foi possível ver as estrias contidas nos espelhos de falha.
Ainda na Rodovia SP-191, na sub-bacia do Ribeirão Água Vermelha, Morales apresentou um afloramento onde um dique de diabásio associado à Formação Serra Geral, corta as rochas da Formação Corumbataí. Feições cataclásticas no diabásio permitiram interpretar de que o dique localiza-se em uma zona de fraqueza onde o movimento tectônico afetou até as camadas cenozóicas (Formação Rio Claro), um exemplo da atuação da Neo-Tectônica.
O estudo de campo foi extremamente proveitoso e revelou, em belíssimas estruturas, a história geológica da região! Apesar dos problemas enfrentados, como a degradação dos afloramentos e o perigoso tráfego de veículos (diversos motoristas cometiam infrações gravíssimas!), os locais visitados se mostraram geossítios de alto valor científico.