UNESP se reúne com representantes do Turismo de Ipeúna

No dia 9 de Agosto de 2017, uma comissão do Turismo de Ipeúna compareceu à UNESP de Rio Claro para uma reunião com o Grupo de Estudos em Geoconservação do Instituto de Geociências e Ciências Exatas.

Estiveram presentes membros da administração municipal e do Conselho Municipal de Turismo de Ipeúna, além de professores e pesquisadores da UNESP.

Durante o encontro, foram discutidas potencialidades e estratégias turísticas para o município de Ipeúna, que pleiteia o título de Município de Interesse Turístico (MIT) junto ao governo estadual.

Além de contribuir com informações a respeito das pesquisas realizadas na região, os membros do Grupo de Estudos em Geoconservação da UNESP, irão acompanhar a elaboração do Plano Diretor de Turismo de Ipeúna.

Os Impactos do Ecoturismo (Caso do Loteamento em Analândia)

Defendemos o ecoturismo como forma de desenvolvimento sustentável! Apesar deste ser um modelo de sucesso, incentivado inclusive pela Unesco, na prática, uma estratégia de crescimento turístico precisa ser muito bem planejada, pois pode também causar profundos impactos socioambientais.

Recentemente, um caso despertou a atenção nas redes sociais. Os moradores de Analândia (SP) notaram o início das obras de um loteamento na zona rural do município, bem próximo a dois importantes geossítios, os Morros do Cuscuzeiro e do Camelo.

 

Conforme já noticiamos anteriormente, Analândia está se tornando um point turístico. Dentre as importantes atrações geoturísticas, o Morro do Cuscuzeiro apareceu na abertura da novela “A Força do Querer” da Rede Globo e o destino rapidamente se popularizou, recebendo turistas de todo o Brasil! Naturalmente, a cidade tende a se expandir, gerando diversos impactos ambientais que devem ser identificados e controlados pelos órgãos públicos e empresas envolvidas.


Sobre o caso do loteamento, algumas considerações:

  • Loteamentos, em especial este, que está inserido em duas Áreas de Proteção Ambientais (APAs), devem seguir uma rigorosa legislação ambiental.
  • Segundo a Resolução da Secretaria de Meio Ambiente Nº 49, os empreendimentos potencialmente causadores de degradação ambiental devem apresentar ao órgão estadual (CETESB) um documento chamado Relatório Ambiental Preliminar (RAP). Neste documento, entre diversas outras obrigatoriedades, devem ser identificadas e mitigadas interferências sobre o patrimônio cultural e natural.
  • Antes mesmo de começar as obras, a empresa responsável deve requerer uma Licença Prévia (LP) e deve publicar este requerimento no Diário Oficial do Estado e em jornais locais e de grande circulação. Assim, qualquer cidadão tem o direito de contestar o empreendimento junto à CETESB.

Diante da positiva mobilização dos moradores de Analândia quanto à essa questão, ficam algumas sugestões:

  • Consultar as publicações dos requerimentos das licenças ambientais do loteamento junto ao Diário Oficial (a publicação não foi localizada durante a pesquisa para escrita deste artigo);
  • Analisar se as medidas mitigadoras dos impactos ambientais causados pelo empreendimento, propostas no RAP são satisfatórias;
  • Em caso contrário, pleitear a exigência de estudos mais aprofundados junto aos órgãos ambientais municipal e estadual.
  • Em última instância, recorrer ao Artigo 80 da Lei Orgânica de Analândia, e requerer uma consulta popular a respeito da instalação do loteamento.

Convém lembrar que o poder público tem a obrigatoriedade de zelar pela preservação do patrimônio natural. O órgão ambiental municipal tem a autonomia necessária para declarar uma área como de interesse ambiental, bastando para isto análises técnicas e vontade política.

Não é viável e nem recomendada a paralisação do desenvolvimento do município. Ainda assim, é possível mitigar os impactos causados pelo crescimento da cidade, diminuindo ou eliminando a poluição ambiental e assegurando o acesso universal à moradia, inclusive pela população mais carente.

Além das obrigações ambientais, que devem ser cumpridas pela empresa responsável pelo empreendimento, outras medidas podem ser adotadas neste sentido. Entre elas:

  • Arborização do loteamento e seu entorno, de forma a reduzir a poluição visual;
  • Utilização do IPTU progressivo para incentivar projetos de construção sustentáveis;
  • Destinação de parte dos lotes à habitação social com o intuito de reduzir os efeitos da gentrificação;
  • Adaptação do projeto urbanístico para que este contemple e valorize a cultura local.

Estas e outras medidas devem ser discutidas em conjunto pela sociedade. O poder público, além de fazer valer a legislação ambiental, pode atuar como mediador entre a população e a empresa, garantindo assim que a propriedade cumpra sua função social, de acordo com o Artigo 5º da Constituição Federal Brasileira. Somente assim, o ecoturismo será realmente eficiente como ferramenta de Desenvolvimento Sustentável e servirá de forma benéfica ao meio ambiente e às futuras gerações.

Parabéns Rio Claro – 190 anos! Ou seriam 11.000?

Hoje, 24 de junho de 2017, Rio Claro comemora 190 anos! Parabéns cidade querida!

Mas você sabia que existem evidências de povos ocupando a região 9.000 anos a.C.?!

Pinturas rupestres em caverna (Oliveira et al., 2015).

Os sítios arqueológicos da região de Rio Claro estão entre os mais antigos do estado de São Paulo! Aproximadamente uma centena deles foram encontrados em diversos municípios da Bacia do Rio Corumbataí. São vestígios de diferentes povos que habitaram estas terras milhares de anos antes da chegadas dos europeus na América!

A região começou a ser estudada em 1959 por cientistas da Faculdade de Rio Claro (Altenfelder, Miller Jr.). Os arqueólogos encontraram diversas evidências pré-históricas como: ferramentas (plainas, facas, raspadores, machados), pontas de flecha, artefatos de cerâmicas e artes rupestres.

Artefatos líticos (Zaine; Zaine; Perinotto, 1996).

As pesquisas concluíram que a região era uma área de ocupação e de passagem. Uma confluência de caminhos graças ao relevo suave e a abundância de recursos hídricos.

Também foram feitas observações a respeito das variações paleoclimáticas. Períodos secos estariam relacionados ao maior desenvolvimento de artefatos voltados à caça enquanto em períodos de maior umidade prevalecia o extrativismo vegetal, tornando ferramentas sofisticadas menos necessárias.

Infelizmente os sítios paleontológicos da região estão abandonados e não existe nenhum local preservado para fins educativos e culturais. É muito importante que estes sítios sejam resgatados e preservados pois são aspectos fundamentais da nossa identidade.

Veja abaixo uma reportagem sobre a arqueologia na região de Rio Claro:

Referências:

ARAUJO, A. G. de M. A arqueologia da região de Rio Claro: Uma síntese. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia n. 11, p. 125–140 , 2001.

OLIVEIRA, A.M.; FARIAS, V.; COELHO, R.C.S.; RODRIGUES, L.G; MIRANDA, P.R.A.. Novo registro de sítios arqueológicos em cavernas areníticas na região de Analândia, Estado de São Paulo. Anais do Congresso Brasileiro de Espeleologia, 33, 2015. p.13-20.

ZAINE, M. F.; ZAINE, J. E.; PERINOTTO, J. A. de J. Patrimônios naturais e história geológica de Rio Claro (SP) e região. Rio Claro: Arquivo Público e Histórico do Município de Rio Claro, 2007. 64 p.

 

Distrito de Rio Claro recebe estação meteorológica automática

O Instituto Agronômico de Campinas (IAC) instalou uma estação meteorológica automática no Distrito de Ajapi. A estação fica nas dependências da Escola Agrícola e fornecerá informações em tempo real, como temperatura, pressão atmosférica, umidade relativa do ar, precipitação, velocidade do vento, entre outras.

Foto: Comunicação Pref. Mun. Rio Claro

Além de beneficiar os moradores da região de Ajapi, os dados da nova estação ajudarão nas pesquisas climáticas e prevenção de acidentes.

De acordo com o diretor da Defesa Civil de Rio Claro, Wagner Martins Araújo, o município conta com outro equipamento similar no Bairro do Estádio e outras quatro estações meteorológicas convencionais no Jardim Condutta, Jardim Santa Maria, Vila Operária e Inocoop.

Fonte:
Assessoria de Comunicação
Prefeitura Municipal de Rio Claro

Rio Claro sedia campeonato de Mountain Bike. O que isso tem a ver com a Geoconservação?

Largada da 3ª etapa do Circuito Paulista de Mountain Bike. Foto: Ricardo Alexandre Bortoloti

A Floresta Estadual Edmundo Navarro de Andrade (FEENA), localizada em Rio Claro, sediou um dos mais importantes eventos ciclísticos do país. Foi a 3ª etapa do Circuito Paulista de Mountain Bike. Mas o que isso tem a ver com a Geoconservação e nosso Geopark Corumbataí?

O ciclismo, tanto o esportivo quanto o cicloturismo é uma atividade que gera baixo impacto ambiental e trás inúmeros benefícios para a comunidade local, como o desenvolvimento do comércio, do ecoturismo, além de promover saúde e lazer para a população.

E porque a FEENA é tão importante? Nossa Floresta Estadual, também conhecida como Horto Florestal de Rio Claro, está situada em um terreno onde ocorre uma rocha magmática chamada Diabásio (Formação Geológica Serra Geral). Por se tratar de uma rocha extremamente resistente comparada com as outras rochas da região, a erosão esculpiu um enorme morro na região, exatamente onde foi o evento.

Organizador elogia a qualidade e a relevância de Rio Claro para o ciclismo. Note os blocos da rocha diabásio expostos na parte alta da FEENA. Foto: Robison Pagotti

Este cenário é o oposto do que ocorre na região mais central do município onde as rochas sedimentares da Formação Rio Claro fornecem um terreno plano, ideal para o ciclismo urbano. É por isso que Rio Claro é conhecida como “A Cidade das Bicicletas“.

Desta forma, existem diversos grupos ciclísticos na região. Entre as demandas destes grupos está a criação e demarcação de trilhas na FEENA. Então porque não aproveitar a infra-estrutura criada para este evento e torná-la oficial? Como já expomos, o ciclismo é uma atividade sustentável que trará um enorme ganho para o município.

Organizadores realizam limpeza das trilhas, criando importante infra-estrutura para os ciclistas. Foto: Robison Pagotti

Agora que você já entendeu a importância da bicicleta para a região de Rio Claro, que tal pegar sua bike e se juntar a nós? Seja passeando pela cidade, fazendo trilhas pelo Horto Florestal ou trabalhando pelo desenvolvimento deste segmento, vamos trabalhar para que Rio Claro seja cada vez mais a cidade das bicicletas! =)

Premiação do evento. Trazendo visibilidade para o Patrimônio Natural de Rio Claro. Parabéns a todos os participantes! Foto: Ricardo Alexandre Bortoloti