II Simpósio do Geoparque Corumbataí recebe pré-lançamento de livro sobre conchas fósseis de Corumbataí

A cidade de Limeira recebe o pré-lançamento do primeiro livro infantojuvenil sobre conchas fósseis encontradas em Corumbataí, município pertencente à região turística da Serra de Itaqueri e também localizado no território do Geoparque Corumbataí. A obra é intitulada “As aventuras da Peixinha Tatá: Procurando as conchas fósseis de Corumbataí”, de autoria de Aline Camilla, 37, e Sílvio Mattos, 62, com ilustrações de Sérgio Esteves e consultoria geológica de André Kolya e Mariselma Ferreira Zaine.

O pré-lançamento do livro indicado para crianças de 7 a 12 anos, ocorre na sexta-feira, 30 de agosto, das 9h às 17h, durante o “II Simpósio dos Municípios da Bacia do Rio Corumbataí para criação de Geoparque”, no Auditório UL12 da Faculdade de Ciências Aplicadas (Unicamp de Limeira), localizada à Rua Pedro Zaccaria, nº 1300, no Jardim Santa Luiza. A entrada é gratuita e as inscrições podem ser feitas por meio do link https://forms.gle/FN6VFgS2x2uKpyZR9.

 

 

De acordo com a bióloga e paleontóloga Mariselma, as conchas fósseis pertencem à “classe bivalves do filo moluscos”, ou seja, esses animais possuem o corpo protegido por conchas que têm duas valvas, como as conchas atuais, e sua ocorrência no local comprova que ali era um ambiente marinho raso há cerca de 250 milhões de anos, no Período Permiano. “Essas conchas são preservadas, predominantemente, por silicificação, ou seja, o material originalmente de carbonato de cálcio foi substituído por sílica. Outro processo de fossilização é na forma de moldes da concha”, explica. 

Segundo a escritora do livro, Aline Camilla, que é graduada em Matemática, especialista em Docência do Ensino Superior e atuante na área de Marketing Digital, ela e o namorado, Sílvio Mattos, empresário e especialista em segurança patrimonial, já vinham realizando várias ações com o objetivo de fomentar o turismo em Corumbataí (SP), até que conheceram, na 8ª edição da Caravana Geopark Corumbataí, em Piracicaba, em novembro de 2018, durante apresentações do Grupo de Trabalho (GT) do Projeto Geopark Corumbataí, formado por pesquisadores da UNICAMP de Limeira (FCA) e UNESP Rio Claro, uma iniciativa que visa implementar um Geoparque no território da Bacia do Rio Corumbataí. 

“Na história, o Sr. Mattos é um paleontólogo que vai a Corumbataí em busca das conchas fósseis, enquanto que sua peixinha, Tatá, vai ao município para encontrar sua família, porque sua única lembrança é que seus tataravós inspiraram o criador da bandeira de Corumbataí”, conta a escritora.

Ainda segundo a autora, o geólogo André Kolya deu todo o suporte para a construção do enredo. “O André nos orientou sobre o caminho a ser percorrido na trilha traçada pela Tatá na história, e também se tornou um personagem do livro. Assim, abordamos a relação com o ciclismo, outro projeto nosso, pois apresentamos a ideia de usar bicicletas para poder fazer a busca pelas conchinhas, em uma trilha que começa na mata da Unesp, passa pela estrada Boiadeira, que é bem conhecida aqui”, resume Aline, que também é presidente do Conselho Municipal de Turismo de Corumbataí (Comtur) desde outubro de 2017.

A ideia do exemplar surgiu após a elaboração do projeto “Turismo na Escola”, por meio do qual professores da Rede Municipal e Estadual de Corumbataí foram capacitados pela Prof.ª Luciana Cordeiro de Souza, da Faculdade de Ciências Aplicadas (Unicamp de Limeira), também autora da coleção de livros infantis “Clara: uma gotinha d’água” apresentadas a todos, e que também inspirou a elaboração deste livro, a Profª. Dra. Mariselma e o Mestre André Kolya, juntamente com o Luiz Sertório Teixeira, Coordenador da APA Corumbataí, para que pudessem trabalhar sobre a parte turística do Geoparque.

“Em meio a isso, a gente ficou pensando alguma forma de fazer este trabalho dos professores se tornar um pouco mais interessante e lúdico. Em uma das visitas que fiz ao produtor de vinhos e licores artesanais, Geraldo Canhoni, em Corumbataí, que também se tornou um personagem do livro, fiquei sabendo que aqui no município tinha conchas fósseis, conchas petrificadas. Sendo assim, conversando com o geólogo e pós-graduado da Unesp de Rio Claro, André Kolya, e a bióloga Mariselma Ferreira Zaine, eles me passaram várias informações. Numa conversa com um amigo, Sérgio Esteves, que se tornou o ilustrador do livro, enxergamos a possibilidade de criar um produto sobre as conchas. A partir deste momento foram surgindo ideias nas quais estamos trabalhando, como produção artesanal de pães e doces, artesanato e outros materiais relacionados às conchas, até que surgiu a ideia de escrevermos um livro sobre o tema, porque não é comum falar de geologia para as crianças, e ainda mais da maneira como colocamos no livro”, lembra Aline Camilla. 

Sílvio Mattos, também escritor do livro e membro do Comtur de Corumbataí desde maio de 2018, tem trabalhado em prol do desenvolvimento do turismo no município, juntamente com Aline. “Apesar de ser nascido em Campinas, minha família é de Corumbataí e eu moro aqui há mais de 30 anos. A partir do momento em que tivemos contato com o Grupo de Trabalho do Projeto Geopark Corumbataí descobrimos a importância geológica que possuem estas conchas existentes em Corumbataí. Apesar de elas serem encontradas em diversos lugares aqui no município, muitas pessoas não conhecem a importância delas, o que torna a história do livro ainda mais relevante para ser contada”, diz.

 

Os autores do livro “As aventuras da Peixinha Tatá: Procurando as conchas fósseis de Corumbataí”, Aline Camilla e Sílvio Mattos

 

 

Para Aline Camilla, o processo de escrita não foi complicado, apesar de ela e Sílvio Mattos não serem geólogos. “Depois que a gente definiu qual ia ser o trajeto e os assuntos sobre os quais íamos discutir, fizemos um esqueleto para ter um norte. Fomos até os locais para podermos falar com propriedade sobre o que tinha ali. As informações geológicas que não conseguíamos entender, perguntávamos para o André Kolya. A escrita do livro em si foi feita em dois dias, no começo de junho. Em seguida, foram realizadas algumas adaptações depois da correção”, expõe.

O livro “As aventuras da Peixinha Tatá: Procurando as conchas fósseis de Corumbataí” tem a correção e revisão da Profª. Dra. Mariselma Zaine e do geólogo André Kolya. “Com as exceções da peixinha que fala com os humanos e os humanos que falam com a ‘peixa’, como o Mattos ser paleontólogo, todo o restante da história é real. Estamos bem integrados, tentando ajudar da melhor maneira possível para que o objetivo do Geoparque Corumbataí realmente venha se concretizar e para que se torne um território reconhecido pela Unesco”, finaliza Aline. 

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